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 Eu demoro um tempo para assimilar as coisas e talvez a minha fé faça isso comigo. Sempre escrevo sobre a fé que eu tenho na vida, mesmo sendo ateia, então é isso, mesmo buscando sempre a racionalidade eu chego nesses lugares de ilusão, quando me dou conta estou longe demais de casa. Há alguns anos venho passeando pelos muros da cidade, pulando de coração em coração tentando fazer a minha casa mas algo está errado, porque ao mesmo tempo que quero fincar minhas raízes, qualquer vento torpe me tira do lugar mas me faz forte para criar raizes onde quer que seja. Eu sempre reclamo do ser de passagem mas seria eu o próprio ser de passagem que simplesmente viaja assim que precisa esperar pelo tempo mínimo que seja? Como saberei se eu estou seguindo certo? Como saberei se esse meu temp próprio é o tempo que eu preciso? Me pergunto se no fundo a minha fala de aceitar a diferença é só um modo de me fazer diferente, uma armadilha ardilosa do ego para que eu possa me destacar de algum modo? Que s
 Eu que sempre amei protagonizar amores tenho amado ficar como coadjuvante. Não que eu fuja do amor, deus nos livre de gente mesquinha que migalha afetos.  Quanto mais o tempo se apropria de mim, mais cristalizada fico.  Então aproveito da sombra e espreita feito uma leoa.  No decorrer desse mesmo tempo que me atemoriza, é o tempo que fico para desfazer os nós, esses que eu mesma faço porque eu sou errante e corajosa nos sentires. Por mais superfície que eu queira alcançar, sempre sou puxada por fios profundos ,seja como for e onde eu passo.  É também comum de mim o obscuro e o abismo do outro. Se não for pra ser um vendaval eu continuo recolhida em casa,. só que ultimamente tenho saído em silêncio e tenho amado olhar o amar.

Frames de mim

 às vezes choro como quem quer morrer e eu morria de medo só de pensar em querer morrer eu já estive em tantas zonas inomináveis dentro de mim  que meu pavor é chegar nesses lugares novamente. Sempre escrevo sobre isso. decidi soltar o corpo nessa fuga lancinante e chorar como quem quer a morte. agora sem medo porque eu entendi que desejo a morte desses sentidos que ocupam parte de mim talvez não a morte dos sentidos, mas desse tempo de latência descontinua que me toma. agora eu choro como quem quer a morte de tudo que desintensifica meu corpo e minha mente de tudo que me afasta de mim, todas as instâncias de poderes na minha vida  criar coragem para olhar o que me compõe. e no fim de tudo eu percebo que choro como quem quer na verdade viver como um recem-nascido que busca o seio com a boca  como quem dirige uma canoa deixando para trás partes distintas do rio me lembro sempre de Nietzche, meu poeta favorito: vida é o que passa na gente e está além do bem e mal certo ou errado  que se
 Os dias passam e eu deixo a sua ausência tocar minha pele. Experimento de outras intensidades para ver se me aproximo da imagem que eu criei de você para me sentir melhor, mas não consigo.  Queria te procurar e dizer que estou com saudades mas a minha razão fala mais alto que minha emoção e eu estou certa do que desejo . Às vezes levo um dia pensando em tudo que me compõe para não lembrar de você, mas assim que o pensamento pausa sou tomada por uma enxurrada de imagens, falas, seus gestos, seu riso, seu cheiro, o calor do seu corpo. Sua manipulação, sua chantagem, as coisas pesadas que foram ditas e você nem ao menos se dá conta disso porque está certo da sua verdade.  Não posso estender esse amor a quem busca me magoar intencionalmente, que usa das palavras para ferir. É inútil tentar porque não sou cúmplice e não acredito na porção de imagens que você criou de mim. O que me deixa profundamente desolada é perceber em você essa sua vontade de me ferir. Preciso constantemente me lembra
 Eu tenho um hábito mesquinho de construir mundos. Um sobre o outro e então fico louca perdida nas minhas próprias aspirações.  É como se alguém me tomasse pela mão e fosse me guiando no sonho, no virtual e cada passo que dou em direção a esse brilho eu me perco de mim mesma.  Os dias correm e eu não sei o que aconteceu ontem, não sei o que aconteceu hoje porque eu vivo chapada demais, mas o amanhã, esse está vivido e latente na minha mente. Na verdade tudo que tenho feito é viver dentro da minha cabeça presa com memórias de futur, mas quem não faz isso?  Isso faz parte do sistema que engole nossas vidas, nosso tempo, envelhecemos sem perceber somos simplesmente moídos e jogados na terra.  Eu sigo rota mas com alguns truques na manga porque ainda sinto demais. Eu prefiro viver como louca 
 Escrever sobre o amor é sempre um perigo para mim. Eu que amo demais e reflito profundamente sobre isso. Por longos tempos. E num estalo tudo pode desmoronar. Quando repentinamente sou tomada por uma clareza que me faz enxergar as coisas como são. Alguma coisa por dentro me transforma e fico sentindo esse meu aquático jazigo mover-se.  Não consigo não crer. Por mais cética, ateia, por mais razão que eu busque, tudo em mim necessita de um pouco de ilusão. É preciso dançar, não conforme a música, dançar mesmo sem música.  No caminho da razão eu esqueci que se pode sonhar com passíveis horizontes. Caminhar com os pés na realidade mas sentindo a brisa da fantasia. E assim eu amo a flor da pele, amo profundamente as imagens só para poder destruí-las, as fantasias, os signos, sujeitos, objetos...Construindo e destruindo... Vida é isso que passa por dentro da nossa carne, essa magia que ninguém explica pra onde vai depois que morre. Tateio cantos, procurando sentidos, viajo pra ter saudade.
 Ter força para ser tênue firme como uma teia  Nunca rígida nunca dura mas porosa flexível, mole Não mole demais. Apenas fluir  como um rio  que corre entre suas margens. Essas que contornam livres, que cuidam minuciosamente das águas.  Que eu seja meu rio e margem de mim.